"Apenas uma pessoa valente pode estar honestamente disposta a admitir e a encarar, destemidamente, o que a sua mente sincera e lógica descobre." Livro de Urântia, pág. 1773///MEDITE SOBRE ISTO: “Eu nada sou, mas Deus em mim é" - "Eu nada posso fazer, mas Deus, a Presença EU SOU em meu coração, tudo pode ”.
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AQUI MISTÉRIOS E REVELAÇÕES DE QUEM SOMOS E DE ONDE VIEMOS...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

URANTIA 2

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DOCUMENTO 64
AS RAÇAS EVOLUCIONÁRIAS DE COR


Esta é a história das raças evolucionárias de Urântia desde os dias de Andon e Fonta, há quase um milhão de anos, passando pela época do Príncipe Planetário até o fim da idade glacial.

A raça humana tem quase um milhão de anos, e a primeira metade da sua história corresponde, grosso modo, aos dias anteriores à vinda do Príncipe Planetário para Urântia. A segunda metade da história da humanidade começa na época da chegada do Príncipe Planetário e do aparecimento das seis raças de cor e corresponde, grosso modo, ao período comumente considerado como a Idade da Pedra Lascada.


1. OS ABORÍGINES ANDÔNICOS

O homem primitivo fez o seu aparecimento evolucionário na Terra há pouco menos de um milhão de anos, e teve uma experiência rude. Ele tentou escapar instintivamente dos perigos de reproduzir-se com as tribos de símios inferiores. Contudo, ele não podia migrar para o leste, por causa das elevações tibetanas áridas, a 9 000 metros de altitude acima do nível do mar; nem podia ir para o sul, nem para o oeste, por causa da grande extensão do mar Mediterrâneo, que então se estendia para o leste, até o oceano Índico; e, quando foi para o norte, ele encontrou o gelo que avançava. Porém, ainda que a migração posterior tivesse sido bloqueada pelo gelo e, embora as tribos em dispersão se tivessem tornado cada vez mais hostis, os grupos mais inteligentes nunca alimentaram a idéia de ir para o sul, para viver entre os seus primos peludos de intelecto inferior que habitavam em árvores.

Muitas das primeiras emoções religiosas do homem brotaram dos seus sentimentos de impotência, quanto ao meio ambiente fechado de uma situação geográfica: montanhas à direita, água à esquerda e gelo pela frente. Esses andonitas progressivos, todavia, não queriam voltar para o sul; para junto dos seus parentes inferiores, habitantes de árvores.

Esses andonitas, ao contrário dos hábitos dos seus parentes não humanos, evitavam as florestas. Nas florestas, o homem sempre se deteriorara; a evolução humana fez progresso apenas em terras abertas e nas latitudes mais elevadas. O frio e a fome das terras abertas estimulam a ação, a invenção e o espírito empreendedor. Enquanto essas tribos andonitas produziam os pioneiros da raça humana atual, em meio às rudes provações e privações dos rigorosos climas nórdicos, os seus primos atrasados deleitavam-se nas florestas tropicais sulinas da terra de sua origem primitiva comum.

Esses acontecimentos ocorreram durante os tempos da terceira invasão glacial, que os vossos geólogos consideram como sendo a primeira. Os dois primeiros períodos glaciais não se estenderam à Europa setentrional.

Durante a maior parte da idade glacial, a Inglaterra estava ligada por terra à França, enquanto, ulteriormente, a África esteve ligada à Europa pelo istmo Siciliano.

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Na época das migrações andônicas, havia uma contínua rota de terras que, passando pela Europa e pela Ásia, ligava a Inglaterra, a oeste, até Java, no leste; mas a Austrália de novo estava isolada, o que acentuava ainda mais o desenvolvimento de uma fauna peculiar sua.

Há 950 mil anos, os descendentes de Andon e Fonta haviam migrado para bem longe, a leste e a oeste. Para irem até o oeste, eles passaram pela Europa, indo para a França e a Inglaterra. Posteriormente, penetraram em direção leste, até Java, onde os seus ossos foram recentemente encontrados – o chamado homem de Java –, e então prosseguiram no seu caminho para a Tasmânia.

Os grupos que foram para o oeste foram menos contaminados pelas linhagens retrógradas, de origem ancestral comum, do que os que foram para o leste, que se miscigenaram livremente com os primos, animais inferiores. Esses indivíduos não progressistas derivaram para o sul e logo se uniram com as tribos inferiores. Mais tarde, um número crescente de descendentes mestiços deles retornou para o norte, para miscigenar-se com os povos andônicos, que se expandiam rapidamente; e essas uniões infelizes infalivelmente deterioraram a raça superior. Os grupos primitivos mantinham cada vez menos a adoração d’Aquele Que Dá o Alento. Essa civilização primitiva, na sua aurora, estava ameaçada de extinção.

E assim tem sido sempre em Urântia. As civilizações mais promissoras são as que se têm, sucessivamente, deteriorado e, finalmente, se extinguido, devido à loucura de permitir que os superiores procriem livremente com os inferiores.

2. OS POVOS DE FOXHALL



Há 900 mil anos, as artes de Andon e Fonta e a cultura de Onagar estavam em vias de desaparecimento da face da Terra; a cultura, a religião e mesmo a elaboração de trabalhos de pedra estavam na mais plena decadência.

Esses foram tempos em que um grande número de grupos de mestiços inferiores estava chegando à Inglaterra, vindos do sul da França. Essas tribos eram tão misturadas com as criaturas simianas da floresta, que mal podiam ser consideradas humanas. Não tinham nenhuma religião, mas faziam trabalhos toscos de pedra e possuíam inteligência suficiente para fazer o fogo.

Eles foram seguidos, na Europa, por um povo, de um certo modo superior e prolífico, cujos descendentes logo se espalharam por todo o continente, desde as geleiras, ao norte, até os Alpes e o Mediterrâneo, ao sul. Essas tribos são as chamadas raças de Heidelberg.

Durante esse longo período de decadência cultural, os povos de Foxhall, da Inglaterra, e as tribos de Badonan, do nordeste da Índia, continuaram a manter algumas das tradições de Andon e alguns remanescentes da cultura de Onagar.

Os povos de Foxhall estavam no extremo oeste e tiveram êxito em guardar o suficiente da cultura andônica; e também preservaram o seu conhecimento do trabalho na pedra; conhecimento esse que transmitiram aos seus descendentes, os antigos ancestrais dos esquimós.

Embora os remanescentes dos povos de Foxhall tivessem sido os últimos a serem descobertos na Inglaterra, esses andonitas foram realmente os primeiros seres humanos que viveram naquelas regiões. Naquela época, uma ponte de terra ainda ligava a França e a Inglaterra; e, como a maioria dos primeiros povoados dos descendentes de Andon estava assentada ao longo dos rios e nas costas dos mares daquela época primitiva, esses povoados encontram-se agora sob as águas do canal da Mancha e do mar do Norte, com exceção de uns três ou quatro que estão ainda acima do nível do mar, na costa inglesa.

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Muitos dentre os povos de Foxhall, os mais inteligentes e espirituais, mantiveram a sua superioridade racial e perpetuaram os seus costumes religiosos primitivos. E esses povos, à medida que mais tarde se misturaram a linhagens subseqüentes, transladaram-se da Inglaterra para o oeste, depois de uma invasão glacial ulterior, e sobreviveram, constituindo os esquimós atuais.

3. AS TRIBOS BADONAN

Além dos povos de Foxhall, no oeste, outro centro ativo de cultura subsistiu no leste. Esse grupo vivia junto ao pé dos planaltos, no noroeste da Índia, entre as tribos de Badonan, que era um tetraneto de Andon. Esses povos foram os únicos descendentes de Andon que nunca praticaram o sacrifício humano.

Esses badonitas das terras altas ocuparam um platô extenso, cercado de florestas, atravessado por correntezas e abundante em caça. Como alguns dos seus primos no Tibete, eles viviam em abrigos rudes de pedra, em grutas nas encostas e em galerias semi-subterrâneas.

Enquanto as tribos do norte temiam cada vez mais o gelo, os que viviam perto das suas terras de origem tornaram-se excessivamente temerosos da água. Eles presenciaram a península da Mesopotâmia afundando gradativamente no oceano e, embora ela emergisse várias vezes, as tradições dessas raças primitivas cresceram em função dos perigos do mar e do medo de inundações periódicas. E esse temor, junto com a sua experiência de enchentes de rios, explica por que buscavam os planaltos como um local seguro no qual viver.

A leste do domínio dos povos de Badonan, nos montes Siwalik, da Índia do norte, podem ser encontrados fósseis que se aproximam dos tipos de transição entre o homem e os vários grupos pré-humanos, mais do que em quaisquer outros locais na Terra.

Há 850 mil anos, as tribos superiores de Badonan começaram uma guerra de exterminação, dirigida contra os seus vizinhos inferiores e animalizados. Em menos de mil anos, a maior parte dos grupos animais dessas regiões fora destruída ou recuara de volta para as florestas do sul. Essa campanha para a exterminação dos seres inferiores trouxe um ligeiro aperfeiçoamento nas tribos das montanhas daquela idade. E os descendentes miscigenados dessa raça badonita aprimorada apareceram nessa fase do desenvolvimento como um povo aparentemente novo – a raça de Neanderhal.


4. AS RAÇAS DE NEANDERTAL



Os homens de Neandertal eram excelentes lutadores e faziam longas viagens. Gradativamente espalharam-se dos centros dos planaltos, no Noroeste da Índia, para a França, a oeste, para a China, a leste, e mesmo descendo para o norte da África. Eles dominaram o mundo por quase meio milhão de anos, até o tempo da migração das raças evolucionárias de cor.

Há 800 mil anos, a caça era abundante; muitas espécies de cervos, bem como de elefantes e de hipopótamos, perambulavam pela Europa. O gado era abundante; os cavalos e os lobos estavam em todos os lugares. Os homens de Neandertal foram grandes caçadores, e as tribos na França foram as primeiras a adotar a prática de dar aos caçadores de maior êxito o direito dE escolha das esposas.

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A rena foi extremamente útil a esses povos de Neandertal, servindo de alimento, de roupa e de instrumentos, pois eles faziam vários usos dos seus chifres e ossos. Tinham pouca cultura, mas melhoraram, em muito, o trabalho de entalhe nas pedras, até que este atingiu quase o nível dos dias de Andon. As pedras maiores, presas a cabos de madeira, voltaram a ser usadas e serviam como machados e picaretas.

Há 750 mil anos, o quarto lençol de gelo avançara para o sul. Com os implementos aperfeiçoados, os homens de Neandertal fizeram buracos no gelo que cobriam os rios do norte e, assim, podiam fisgar o peixe que vinha até esses orifícios. Essas tribos sempre recuavam diante do gelo que avançava e, nessa época, houve a maior invasão glacial na Europa.

Nesses tempos, a glacial siberiana estava fazendo a sua progressão máxima para o sul, compelindo o homem primitivo a deslocar-se mais para o sul, de volta às suas terras de origem. Mas a espécie humana, então, estava tão suficientemente diferenciada que o perigo de miscigenações futuras, com os seus parentes símios atrasados, diminuíra em muito.

Há 700 mil anos, a quarta glacial, a maior de todas na Europa, estava começando a regredir; os homens e os animais estavam retornando para o norte. O clima era fresco e úmido, e o homem primitivo novamente prosperava na Europa e na Ásia ocidental. Gradualmente, as florestas espalharam-se para o norte, sobre a terra que havia sido tão recentemente coberta pelas geleiras.

A vida dos mamíferos tinha mudado pouco, por causa das grandes glaciais. Esses animais subsistiram naquele cinturão estreito de terra entre o gelo e os Alpes e, com o retrocesso das geleiras, de novo espalharam-se rapidamente por toda a Europa. Da África chegaram, passando pela ponte de terra da Sicília, elefantes de presas retas, rinocerontes de imensos focinhos, hienas e leões africanos, e esses novos animais virtualmente exterminaram os tigres dentes-de-sabre e os hipopótamos.

Há 650 mil anos, presenciou-se a continuação do clima suave. No meio do período interglacial, o tempo havia-se tornado tão quente que os Alpes ficaram quase despidos de gelo e de neve.

Há 600 mil anos, as geleiras haviam-se retraído, então, ao máximo, na direção do norte e, depois de uma pausa de alguns milhares de anos, novamente iam para o sul, na sua quinta incursão. Entretanto, por cinqüenta mil anos, houve pouca modificação de clima. O homem e os animais da Europa modificaram-se pouco. A ligeira aridez do período anterior diminuiu e as geleiras alpinas desceram até muito baixo, nos vales dos rios.

Há 550 mil anos, as geleiras que avançavam novamente empurraram o homem e os animais para o sul. Dessa vez, entretanto, o homem tinha muito espaço no largo cinturão de terra que se estendia para o nordeste, penetrando a Ásia, e que ficava entre a faixa de gelo e o mar Negro, grandemente expandido, então, como um braço do Mediterrâneo.

Essas épocas, da quarta e da quinta glaciais, testemunharam mais outra disseminação da cultura rude das raças do homem de Neandertal. Houve tão pouco progresso, contudo, que realmente parecia que a tentativa de produzir um tipo novo e modificado de vida inteligente em Urântia estava para fracassar. Por quase um quarto de milhão de anos, esses povos primitivos deixaram-se levar, caçando e lutando, por avanços esporádicos em algumas direções, mas, no todo, retrocedendo, certamente, se comparados aos seus ancestrais andônicos superiores.

Durante essas idades de trevas espirituais, a cultura supersticiosa da humanidade decaiu ao seu nível mais baixo. O homem de Neandertal realmente não tinha nenhuma religião além

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de uma superstição vergonhosa. Eles tinham um medo mortal das nuvens, mais especialmente de nevoeiros e neblinas. Uma religião primitiva de medo das forças naturais desenvolveu-se gradativamente, enquanto a adoração de animais declinava, à medida que o aperfeiçoamento das armas, com a abundância da caça, tornou esse povo capaz de viver com menos ansiedade a respeito da própria alimentação; e as recompensas do sexo, aos melhores caçadores, levaram a um melhoramento nas habilidades da arte da caça. Essa nova religião do medo levou às tentativas de aplacar as forças invisíveis por trás dos elementos naturais, e culminou, posteriormente, com os sacrifícios de seres humanos para apaziguar essas forças físicas invisíveis e desconhecidas. E essa prática terrível do sacrifício humano tem sido perpetuada pelos povos mais atrasados de Urântia, até o século vinte desta era.

Esses primitivos homens de Neandertal dificilmente poderiam ser chamados de adoradores do sol. Eles viviam mais no medo da escuridão; tinham um pavor mortal do cair da noite. Desde que a lua brilhasse um pouco, eles conseguiam manter o seu sangue-frio, mas, nas noites sem lua, eles chegavam ao pânico e começavam a sacrificar os seus melhores exemplares de homens e mulheres, em um esforço para induzir a lua a brilhar de novo. O sol, eles logo perceberam, voltaria regularmente, mas a lua, eles achavam que ela retornava por causa dos sacrifícios que faziam dos seus semelhantes. À medida que a raça avançou, o objeto e o propósito do sacrifício mudaram progressivamente, mas a oferta do sacrifício humano, como parte de um cerimonial religioso, perdurou ainda por um longo tempo.


5. A ORIGEM DAS RAÇAS COLORIDAS


Há 500 mil anos, as tribos Badonan dos planaltos ao noroeste da Índia viram-se envolvidas em uma outra grande luta racial. Por mais de cem anos, essa guerra impiedosa gerou a violência e, quando a longa luta chegou ao fim, restavam apenas cerca de cem famílias. Esses sobreviventes eram, porém, os mais inteligentes e os mais desejáveis de todos os descendentes de Andon e Fonta, que então estavam vivos.

E, entre esses badonitas dos planaltos, houve então um acontecimento novo e estranho. Um homem e uma mulher que viviam na parte nordeste da região habitada dos planaltos, começaram subitamente a produzir uma família de crianças inusitadamente inteligentes. Essa foi a família sangique, os ancestrais de todas as seis raças coloridas de Urântia.

Essas crianças sangiques, em número de dezenove, não apenas eram mais inteligentes do que os seus semelhantes, mas as suas peles manifestavam uma tendência única de tomar várias cores com a exposição à luz do sol. Dessas dezenove crianças, cinco eram vermelhas, duas alaranjadas, quatro amarelas, duas verdes, quatro azuis e duas índigo. Essas cores tornaram-se mais pronunciadas à medida que as crianças foram ficando mais adultas e, quando, mais tarde, esses jovens se mesclaram aos seus companheiros de tribo, toda a sua progênie tendia para a cor de pele do ascendente sangique.

E, agora, eu interrompo a narrativa cronológica, para chamar a vossa atenção à chegada do Príncipe Planetário, por volta dessa época, enquanto consideramos separadamente as seis raças sangiques de Urântia.


6. AS SEIS RAÇAS SANGIQUES DE URÂNTIA

Num planeta evolucionário normal as seis raças evolutivas de cor aparecem uma a uma; o homem vermelho é o primeiro a evoluir e, durante idades, ele percorre o mundo, antes que as sucessivas raças coloridas apareçam. A emergência simultânea de todas as seis raças em Urântia, e em uma mesma família, foi bastante excepcional.



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O aparecimento dos primeiros andonitas, em Urântia, foi também um fato novo em Satânia. Em nenhum outro mundo, no sistema local, essa raça de criaturas volitivas evoluiu antes das raças evolucionárias de cor.

1. O homem vermelho. Esses povos eram espécimes notáveis da raça humana, sob muitos aspectos, superiores a Andon e Fonta. Eles formavam o grupo mais inteligente e foram os primeiros filhos dos sangiques a desenvolverem uma civilização e um governo tribal. Eles sempre foram monógamos; mesmo os seus descendentes mistos raramente praticavam a poligamia.

Em tempos posteriores, eles tiveram problemas sérios e prolongados com os seus irmãos amarelos na Ásia. Foram ajudados pela invenção prematura do arco e da flecha, mas, infelizmente, herdaram uma tendência forte dos seus antepassados, de lutar entre si próprios, e isso os enfraqueceu tanto que as tribos amarelas tornaram-se capazes de expulsá-los do continente asiático.

Há cerca de 85 mil anos, os remanescentes relativamente puros da raça vermelha foram em massa para a América do Norte e, pouco depois disso, o istmo de Behring afundou, isolando-os assim. Nenhum homem vermelho jamais retornou à Ásia. No entanto, em toda a Sibéria, na China, na Ásia central, na Índia e na Europa, eles deixaram para trás muito do seu sangue misturado a outras raças coloridas.

Quando o homem vermelho atravessou para a América, ele trouxe consigo grande parte dos ensinamentos e das tradições da sua origem primitiva. Os seus ancestrais imediatos tinham estado em contato com as últimas atividades da sede central mundial do Príncipe Planetário. Contudo, pouco tempo depois de alcançar as Américas, o homem vermelho começou a perder de vista esses ensinamentos e ocorreu um grande declínio intelectual e espiritual na sua cultura. Logo, esses povos caíram de novo em lutas tão furiosas, entre eles próprios, que parecia que essas guerras tribais resultariam na rápida extinção desses remanescentes relativamente puros da raça vermelha.

Por causa desse grande retrocesso, os homens vermelhos pareciam condenados quando, há cerca de sessenta e cinco mil anos, Onamonalonton surgiu como o seu líder e libertador espiritual. Ele trouxe uma paz temporária entre os homens vermelhos americanos e reavivou a sua adoração do “Grande Espírito”. Onamonalonton viveu até os noventa e seis anos de idade e manteve o seu núcleo central em meio às grandes sequóias da Califórnia. Muitos dos seus últimos descendentes chegaram até os tempos modernos, entre os Índios Pés Negros.

Com o passar dos tempos, os ensinamentos de Onamonalonton transformaram-se em tradições vagas. As guerras fratricidas recomeçaram, e nunca mais, depois dos dias desse grande instrutor, surgiu outro líder que trouxesse uma paz universal entre eles. As raças mais inteligentes pereciam cada vez mais nessas lutas tribais e, não fora isso, uma grande civilização teria sido construída no continente norte-americano por esses homens vermelhos inteligentes e hábeis.

Depois de haver passado para a América, vindo da China, o homem vermelho do norte nunca mais entrou em contato com outras influências do mundo (exceto o esquimó), até que, mais tarde, fosse descoberto pelo homem branco. E foi uma infelicidade que o homem vermelho tenha quase completamente perdido a sua oportunidade de ser elevado por uma mistura com o sangue Adâmico posterior. Como aconteceu, o homem vermelho não podia governar o homem branco, e não queria servir voluntariamente a ele. Nessas circunstâncias, se as duas raças não se misturam, uma ou a outra fica condenada.

2. O homem alaranjado. A característica que mais se destacava nessa raça era a sua necessidade peculiar de construir, de edificar toda e qualquer coisa, ainda que fosse empilhar



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grandes montes de pedras para ver qual tribo faria a pilha maior. Embora não fosse um povo progressivo, eles beneficiaram-se muito das escolas do Príncipe, enviando representantes para instruir-se ali.

A raça laranja foi a primeira a seguir a linha da costa do Mediterrâneo na direção sul, até a África, quando esse mar afastava-se para o oeste. Entretanto, eles nunca firmaram favoravelmente pontos de apoio na África, e foram exterminados quando da chegada ulterior da raça verde.

Antes do seu fim, esse povo perdeu muito terreno, espiritual e culturalmente; mas houve um grande recrudescimento de um nível superior de vida, em resultado da liderança sábia de Porshunta, a mente mestra dessa desafortunada raça, que a ela trouxe a sua ministração quando o seu centro geral era em Armagedon, há cerca de trezentos mil anos.

A última grande luta, entre os homens alaranjados e os verdes, ocorreu na região do vale do baixo Nilo, no Egito. Essa guerra interminável durou quase cem anos e, no seu final, pouquíssimos representantes da raça alaranjada permaneciam vivos. Os restos dispersos desse povo foram absorvidos pelos homens verdes e, posteriormente, pelos índigos, que chegaram mais tarde. Como raça, contudo, o homem alaranjado deixou de existir há cerca de cem mil anos.

3. O homem amarelo. As tribos amarelas primitivas foram as primeiras a abandonar a caça, a estabelecer comunidades estáveis, e a desenvolver uma vida familiar baseada na agricultura. Intelectualmente, eles eram um pouco inferiores ao homem vermelho, mas, social e coletivamente, eles demonstraram ser superiores a todos os povos sangiques, no que se refere a fomentar a civilização de uma raça. Por haverem desenvolvido um espírito fraternal, com as várias tribos aprendendo a viver juntas em uma paz relativa, eles tornaram-se capazes de ir expulsando a raça vermelha à medida que iam gradualmente expandindo-se pela Ásia.

Eles viajaram para longe das influências da sede central espiritual do mundo e entraram em grandes trevas espirituais, depois da apostasia de Caligástia; mas esse povo teve uma idade brilhante, quando Singlangton, há cerca de cem mil anos, assumiu a liderança dessas tribos e proclamou a adoração da “Verdade Única”.

A sobrevivência de números relativamente grandes de homens da raça amarela é devida ao pacifismo entre as tribos. Desde os dias de Singlangton, aos tempos da China moderna, a raça amarela tem estado entre as nações mais pacíficas de Urântia. Essa raça recebeu um legado pequeno, mas potente, da posterior descendência Adâmica importada.

4. O homem verde. A raça verde foi um dos grupos menos capazes de homens primitivos, e eles foram muito enfraquecidos pelas extensas migrações em várias direções. Antes da sua dispersão, essas tribos conheceram um grande renascimento cultural, sob a liderança de Fantad, há uns trezentos e cinqüenta mil anos.

A raça verde separou-se em três grandes divisões. As tribos do norte foram vencidas, escravizadas e absorvidas pelas raças amarelas e azuis. O grupo do leste foi amalgamado aos povos da Índia daqueles dias, e alguns remanescentes ainda perduram em meio àqueles povos. A nação sulina entrou na África, onde destruiu a raça dos seus primos, quase igualmente inferiores, da raça alaranjada.

Sob muitos aspectos, ambos os grupos estavam equiparadamente dotados para essa luta, pois ambos traziam linhagens da ordem dos gigantes; muitos dos seus líderes tinham entre dois metros e quarenta,



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e dois metros e sessenta de altura. Essas linhagens de homens verdes gigantes ficaram, na sua maioria, confinadas a essa nação sulina ou egípcia.

Os remanescentes dos homens verdes vitoriosos foram absorvidos, subseqüentemente, pela raça índigo, o último dos povos coloridos a desenvolver-se e a emigrar do centro sangique original de dispersão das raças.

5. O homem azul. Os homens azuis formaram um grande povo. Muito cedo, eles inventaram a lança e, em seguida, elaboraram os rudimentos de muitas das artes da civilização moderna. O homem azul tinha o poder cerebral do homem vermelho, associado à alma e ao sentimento do homem amarelo. Os descendentes Adâmicos preferiam-nos a todas as raças coloridas posteriores que sobreviveram.

Os homens azuis primitivos foram sensíveis às persuasões dos educadores do corpo de assessores do Príncipe Caligástia e foram lançados em uma grande confusão quando os ensinamentos deturpados vieram dos líderes traidores. Como outras raças primitivas, eles nunca se recuperaram plenamente do abalo produzido pela traição de Caligástia, e também nunca conseguiram superar inteiramente a tendência de lutar entre si.

Aproximadamente quinhentos anos depois da queda de Caligástia, ocorreu uma ampla renascença cultural e religiosa de um tipo primitivo – no entanto, real e benéfica. Orlandof tornou-se um grande instrutor da raça azul e conduziu muitas tribos de volta ao culto do Deus verdadeiro, sob o nome de “o Chefe Supremo”. Esse foi o maior avanço do homem azul, até tempos posteriores, quando essa raça foi tão enormemente elevada pelo acréscimo do sangue Adâmico.

As pesquisas e explorações européias, sobre a antiga Idade da Pedra Lascada, têm muito a ver com a escavação dos instrumentos, ossos e objetos de artesanato desses antigos homens azuis, pois eles perduraram na Europa até tempos recentes. As chamadas raças brancas, de Urântia, são descendentes desses homens azuis, pois eles foram, primeiro, modificados por uma leve mistura com as raças amarela e vermelha e, mais tarde, foram elevados em muito pela assimilação de porções maiores da raça violeta.

6. A raça índiga. Do mesmo modo que os homens vermelhos foram os mais avançados de todos os povos sangiques, os homens negros foram os de menor progresso. Foram os últimos a migrar dos planaltos da sua origem. Eles foram para a África, tomaram posse do continente e, desde então, permaneceram sempre lá, salvo quando tirados dali à força, de épocas em épocas, como escravos.

Isolados na África, os povos índigos, como o homem vermelho, receberam pouca ou nenhuma elevação racial que se poderia haver derivado da infusão do sangue Adâmico. A sós, na África, a raça índiga fez poucos avanços, até os dias de Orvonon, quando experimentou um grande despertar espiritual. Se bem que, mais tarde, quase se esqueceu do “Deus dos Deuses”, proclamado por Orvonon, não perdeu inteiramente o desejo de adorar o Desconhecido; pelo menos, manteve uma forma de adoração, até uns poucos milhares de anos.

Não obstante o seu atraso, esses povos índigos têm o mesmo status, perante os poderes celestes, de qualquer das outras raças terrenas.

Essas foram idades de lutas intensas entre as várias raças, contudo, próximo à sede central do Príncipe Planetário, os grupos mais esclarecidos e de instrução mais recente viveram juntos em uma relativa harmonia, embora nenhuma grande conquista cultural das raças do mundo tenha sido realizada até o momento em que a eclosão da rebelião de Lúcifer causou uma séria interrupção nesse regime de harmonia.


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De tempos em tempos, todos esses diferentes povos conheceram renascimentos culturais e espirituais. Mansant foi um grande educador dos dias pós-Príncipe Planetário. Contudo, estamos fazendo menção apenas aos líderes destacados e educadores que influenciaram e inspiraram de modo marcante uma raça inteira. Com o passar dos tempos, muitos mestres menores surgiram, em regiões diferentes; e, no conjunto, eles contribuíram muito para a soma total das influências salvadoras que impediram um colapso cabal da civilização cultural, especialmente durante as idades longas e obscuras entre a rebelião de Caligástia e a chegada de Adão.

Há razões boas, suficientes e em grande número que justificam o plano de fazer evoluir três ou seis raças coloridas, nos mundos do espaço. Embora os mortais de Urântia possam não estar em posição de saber apreciar todas essas razões, nós gostaríamos de chamar a atenção para as seguintes:

1. A variedade é indispensável, para dar oportunidade a um amplo funcionamento da seleção natural, levando à sobrevivência dos estratos superiores.

2. Raças mais fortes e melhores podem ser obtidas, em conseqüência de cruzamentos de povos diversos, quando essas raças diferentes são portadoras de fatores de uma herança superior. E as raças de Urântia ter-se-iam beneficiado de uma tal miscigenação antecipada, caso o povo resultante pudesse ter sido subseqüentemente elevado, de um modo efetivo, por uma miscigenação cuidadosa com a raça Adâmica superior. Uma tentativa de se efetuar um experimento assim, em Urântia, sob as condições raciais atuais, seria altamente desastrosa.

3. A competição é saudavelmente estimulada pela diversidade de raças.

4. As diferenças no status das raças e dos grupos, dentro de cada raça, são essenciais para o desenvolvimento da tolerância e do altruísmo humano.

5. A homogeneidade da raça humana não é desejável, antes que os povos de um mundo em evolução atinjam níveis relativamente altos de desenvolvimento espiritual.

Texto do Livro de Urantia

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